Os "meos" pensamentos

 Dia 22 de maio... Um domingo (como tantos outros, diria numa história normal). Mas cada dia é um dia. E hoje, estou esgotado. Acho que é um cansaço emocional. Não tenho conseguido descansar, nem recarregar as minhas baterias. Não me tenho conseguido reencontrar. Apenas encontro um vazio, difícil de preencher. Se por um lado necessito desse "silêncio vazio" para regressar a mim. Por outro lado, quando o "vazio sem sentido" me encontra, fica tudo mais difícil. Agora, tem-me apetecido chorar. Tem-me apetecido falar sem ser criticado. E principalmente, que perceba o que vai dentro da minha cabeça. Para que assim, me possa reencontrar (acho que é isso que me faz falta!)

 Hoje está a "bater-me" de forma mais profunda a tristeza. Não tenho muito para acrescentar... Apenas continuo a sentir a necessidade de preencher um "espaço". Que talvez fique preenchido quando aprender a partilhar/falar do que penso, sinto e faço. Ou talvez, esse espaço fique preenchido com uma realização pessoal. Acho que me ajudaria o facto de não estar envolvido de uma "luta" entre duas pessoas, que deveriam resolver as coisas entre elas as duas, sem procurar envolver mais ninguém. Se pudesse diria abertamente o que penso e para me deixarem em paz e fazerem o que quiserem, desde que não me tentassem envolver. Ao fim do dia de hoje, recordei-me do que perdi sem nunca ter conquistado. Embora o contrário não seja verdade, pois eu já tinha sido conquistado (Penso para mim: "tenho que ultrapassar isto!"). Agora não sei se é pior, recordar aquilo que não tive oportunidade de viver se criar esperanças em "algo" que também não poderei vive

Preciso de ajuda! Quando surge uma esperança, agarro-me a ela como se dela necessita-se. Quando não é verdade! Não necessito de ficar dependente de ninguém... Mas existe em mim, uma "falta de uma peça no puzzle". Quase como uma necessidade de ter alguém. Alguém para completar um vazio em mim. Eu sei que isso é completamente errado. Quanto muito, poderei esperar que seja alguém que esteja presente a meu lado. Alguém me acrescente algo, sem tirar nada do que sou, do que amo, do que necessito. Preciso de evoluir, enquanto pessoa. Mas parece que existem "amarras" pesadas, difíceis de largar.

 2ª feira, dia 09 de maio de 2022... Mais um dia, mais um inicio de semana, mais algo que espero que se torne especial. Mas que por eu não ser capaz, esse algo se torna "insipido" e ligeiramente sem sentido. Gostava de conseguir ver as coisas com "sabor". De conseguir saborear a vida. De amar aquilo que pode ser amado, mas também de conseguir sentir que sou amado (que existirá alguém melhor que nós próprios, para nos amar-mos e nos fazer sentir amados). Acho que tenho uma enorme dificuldade em me valorizar e sentir que o que faço é positivo. Seja para mim, seja para os outros. E isso faz com que me sinta usado, para fim dos interesses de outras pessoas. Talvez por esperar que alguém faça por mim, aquilo que não sou capaz de fazer. Ou seja... AMAR. Todos se movem por interesse. E só se aproxima de mim quem tem um interesse. O problema, não é o interesse dos outros, o problema é o interesse que não sou capaz de gerar por mim próprio.

Estou triste. Acho que sei a que se deve. Mas não consegui evitar ressentir-me de ver algo que a alma queria ver, mas que a consciência tenta apagar, apenas para não me ferir mais vezes e vezes sem conta. Pode ser que amanhã seja um melhor bom dia... Por agora, não quero pensar muito. Queria esconder-me, fugir, viver num mundo só meu... Estou triste, é só isso que posso dizer (só espero não ignorar em excesso os meus sentimentos, ao ponto de eles surgirem de forma compactada e quase incontrolável).

 Ontem apaixonado, hoje desolado. Eu bem que persenti, hoje de manhã que hoje me iria cruzar com esta minha "paixão", pois tinha sonhado que me seria dito um "não". Contudo, hoje, senti-me mais leve (se calhar deveria correr todos os dias uma hora, pois à duas semanas aconteceu o mesmo) A verdade é que nada me foi dito (nem "não", nem "sim"). Mas vi bem que me escapou entre os dedos uma oportunidade. Vou tentar esquecer, tentar focar-me noutras coisas e falar destas coisas apenas com uma única pessoa. Talvez seja outra fase de luto (a 4ª fase). Não deixo de me sentir, totó. 36 anos (a caminho dos 37), e a vida escapou-me. Vivi e vivo da forma que acho que sentiria feliz...